CHINA EM FOCO

Anticorrupção: quatro autoridades de alto escalão caem no filtro do Partido Comunista da China

Campanha permanente liderada por Xi Jinping já puniu mais de 1,5 milhão de funcionários do PCCh e do governo desde 2012

Créditos: Fotomontagem VCG e Canva- Xi Jinping lidera campanha anticorrupção na China desde 2012
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A campanha anticorrupção deflagrada pelo Partido Comunista da China (PCCh), liderada por Xi Jinping, acaba punir mais quatro autoridades de alto escalão, os chamados "tigres".

A Comissão Central de Inspeção Disciplinar (CCDI) do PCCh anunciou nesta segunda-feira (7) as punições para quatro oficiais envolvidos em violações disciplinares ou má conduta.

A medida faz parte da contínua campanha anticorrupção do país, com esforços reforçados em setores-chave e cobertura ampliada para garantir o desenvolvimento econômico e social de alta qualidade da China.

Um dos oficiais punidos é Tang Yijun, ex-presidente do Comitê Provincial da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CPPCC) em Jiangxi, que foi expulso do PCCh e demitido de cargos públicos.

As violações de Tang incluem aceitar banquetes e viagens fora dos padrões, aceitar indevidamente presentes, dinheiro e cartões-presente, além de permitir que despesas pessoais fossem pagas por outros. Ele também falhou em explicar adequadamente questões durante investigações organizacionais.

Outro oficial é Dou Wangui, membro do grupo de liderança do PCCh no Comitê Regional da CPPCC da Região Autônoma Uigur de Xinjiang e vice-presidente do comitê. Dou usou suas posições para obter ganhos para familiares e amigos em operações comerciais, além de favorecer outros em contratos de minas, projetos e promoções de oficiais. Em troca, ele aceitou dinheiro e presentes. Ele foi expulso do Partido e demitido de cargos públicos.

Zhang Ping, ex-vice-chefe da comissão de inspeção disciplinar de Guizhou e da comissão provincial de supervisão, foi expulso do PCCh e destituído de cargos públicos por não explicar adequadamente questões durante discussões organizacionais e por buscar benefícios para outros em nomeações de oficiais.

Por fim, Du Zi, ex-vice-chefe do Comitê Permanente do Congresso Popular da Região Autônoma da Mongólia Interior, foi expulso do PCCh por graves violações da disciplina partidária e das leis. Ele teria usado sua posição para favorecer outros em contratos de projetos, alocação de recursos de carvão e ajustes de empregos, aceitando ilegalmente dinheiro e bens valiosos em troca.

Campanha permanente anticorrupção

A campanha anticorrupção de Xi Jinping, lançada em 2012 quando ele assumiu a liderança do PCCh, tornou-se uma das mais abrangentes e rigorosas da história do país.

O objetivo principal é erradicar a corrupção em todos os níveis do governo e do PCCh e consolida a importância da  disciplina dentro do partido.

Xi prometeu combater tanto "tigres" (oficiais de alto escalão) quanto "moscas" (oficiais de menor nível), o que levou à investigação e punição de centenas de milhares de funcionários, incluindo políticos de alto escalão, oficiais militares e líderes de empresas estatais.

Entre os principais alvos da campanha estão figuras de alto perfil, como Zhou Yongkang, ex-membro do Comitê Permanente do Politburo, e Bo Xilai, ex-chefe do partido em Chongqing. A campanha não apenas fortaleceu a autoridade de Xi dentro do partido, mas também foi vista como uma forma de consolidar seu poder ao eliminar rivais políticos.

Desde seu início, a campanha resultou na punição de mais de 1,5 milhão de funcionários do PCCh e do governo por diversas violações, incluindo suborno, abuso de poder e má gestão de fundos públicos. Além de limpar a corrupção interna, a iniciativa também visa restaurar a confiança pública no Partido e no governo, reforçando a legitimidade da liderança de Xi Jinping.

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