Em mais um capítulo da campanha orquestrada pelo governo de Donald Trump para sabotar o presidente Lula e acenar à família Bolsonaro, a Embaixada dos EUA em Brasília publicou um comunicado oficial nesta sexta-feira (30) que aponta um suposto aumento do risco de sequestros no Brasil.
A nota, classificada como “Aviso de Viagem” e assinada pelo Departamento de Estado, ao qual a representação diplomática é subordinada, contém uma série de recomendações alarmistas destinadas aos cidadãos norte-americanos, pintando um cenário de caos generalizado no país. A iniciativa, embora pareça protocolar, revela uma movimentação política articulada para criar constrangimentos diplomáticos e reforçar o discurso bolsonarista no exterior.
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Brasil é retratado como território hostil
No comunicado publicado em português no site oficial da embaixada, os Estados Unidos recomendam que seus cidadãos evitem visitar favelas, mesmo em passeios turísticos organizados, e que não se desloquem para as áreas administrativas do Distrito Federal, salvo com autorização expressa, uma medida que embora tenha sido atualizada em 2018, foi reiterada no texto atual. Além disso, o aviso orienta que os americanos preparem planos para situações de emergência, evitem exibir objetos de valor, como joias e relógios caros, e mantenham uma comunicação organizada com suas famílias durante a estadia.
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O documento ainda descreve o Brasil como um país onde a criminalidade violenta, incluindo assassinatos, roubos à mão armada e furtos de veículos, ocorre frequentemente em áreas urbanas, tanto de dia quanto à noite, destacando a atuação generalizada de gangues ligadas ao tráfico de drogas. Também alerta para agressões físicas comuns, especialmente contra estrangeiros, incluindo o uso de sedativos e drogas em bebidas para facilitar roubos, e recomenda que funcionários do governo americano evitem o transporte público municipal devido a riscos significativos de roubos e agressões, principalmente durante a noite.
Ofensiva diplomática é parte de estratégia bolsonarista
A ação da embaixada se soma a uma série de atitudes recentes do governo Trump que têm como objetivo explícito desestabilizar a gestão Lula. A publicação do alerta ocorre dias após o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro viajar aos EUA, onde está desde o final de fevereiro, fazendo lobby por sanções contra autoridades brasileiras. O filho do ex-presidente tem buscado o apoio de parlamentares republicanos na tentativa de comprometer institucionalmente o Brasil e garantir a impunidade de seu pai, que está prestes a ser condenado por tentativa de golpe de Estado.
A escolha do momento para lançar um alerta de segurança reforça a impressão de que a diplomacia dos EUA está sendo instrumentalizada pela Casa Branca para servir aos interesses da extrema direita brasileira. O gesto de Trump é lido como mais uma demonstração de alinhamento com o bolsonarismo, visando agradar um aliado ideológico e manter canais abertos com a oposição radical ao governo progressista do Brasil.
