A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) reconheceu, nesta quarta-feira (4/12), uma importante tradição da culinária brasileira como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
Os tradicionais modos de produção do queijo minas artesanal, típicos do estado de Minas Gerais, no sudeste do país, foram homenageados com a certificação durante a 19ª Sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco, que ocorreu em Assunção, a capital do Paraguai.
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Em 2008, o queijo minas artesanal já havia sido reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro pelo Iphan, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Essa espécie de queijo é dita uma variação de uma antiga receita portuguesa de queijo coalhado produzido a partir do leite fresco, que teria sido adaptada pelos viajantes da rota do ouro no Brasil para ser capaz de resistir por mais tempo às condições de viagem.
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Sua produção industrial começou por volta de 1880, na região da Mantiqueira, e logo ganhou versões "curadas", como é o queijo minas padrão.
Hoje, diversas regiões do estado de Minas Gerais abrigam diferentes métodos artesanais para a confecção do queijo. Serro, Canastra, Alto Parnaíba, Araxá e sul de Minas têm modos de produção reconhecidos e diferentes, afirma o Iphan, de acordo com os microclimas que dão ao queijo uma aparência e um sabor específicos.
“O queijo artesanal de leite cru é alimento vivo, em constante aperfeiçoamento pela reprodução desse acervo lático, dessa microflora bacteriana saudável: transforma-se constantemente no processo de maturação, aprimorando massa, sabor, coloração, consistência e componentes nutritivos o que o converte em alimento de riqueza ímpar”, diz o Instituo.
“Esse é um dos seus valores essenciais. Como o vinho, o azeite e o pão, tríade alimentar de valor simbólico milenar, o queijo artesanal tem valor nutritivo e simbólico que nomeia culturas e distingue grupos sociais.”