CULTURA DO ÓDIO

Adolescente apreendido pela Polícia Civil planejava massacre em escola do DF

Em carta o jovem escreveu que "sempre sonhou em matar" e que desejava "matar um número indeterminado de pessoas"

Material encontrado na casa do adolescente
Adolescente apreendido pela Polícia Civil planejava massacre em escola do DF.Material encontrado na casa do adolescenteCréditos: Divulgação / PCDF
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Nesta segunda-feira (26), a tranquilidade de uma escola pública no Guará, região administrativa do Distrito Federal, foi rompida por uma descoberta alarmante: uma carta com ameaças explícitas de massacre, escrita por um aluno de apenas 16 anos, foi encontrada em uma das salas de aula. O conteúdo chocou educadores, pais e autoridades: o jovem declarava que “sempre sonhou em matar” e que “todos merecem morrer”. Mais que um desabafo violento, o texto revelava indícios de planejamento meticuloso para um possível ataque.

A Divisão de Prevenção e Combate ao Extremismo Violento (DPCEV), da Polícia Civil do Distrito Federal, assumiu a investigação imediatamente após a denúncia. Em menos de 48 horas, os agentes conseguiram identificar o autor do texto. O adolescente, segundo a PCDF, não apenas detalhava em sua carta o desejo de usar armas para “matar um número indeterminado de pessoas”, como também fazia menção a terroristas, ataques escolares anteriores, ideologias extremistas e símbolos nazistas.

Durante buscas realizadas na casa do jovem, com autorização do pai, os investigadores apreenderam materiais preocupantes: uma faca, uma machadinha, munição, um simulacro de arma de fogo e outros escritos com teor violento e referências a atentados. Todo o material foi encaminhado para perícia. O adolescente confessou a autoria da carta e do conteúdo encontrado, mas foi liberado após prestar depoimento, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), por se tratar de uma ameaça ainda não consumada.

Apesar da gravidade dos fatos, o nome da escola foi mantido em sigilo pelas autoridades e pela reportagem, com o objetivo de preservar a integridade física e emocional dos alunos, professores e demais profissionais da educação envolvidos.

Raízes da violência: o que leva a juventude ao extremo?

O caso levanta uma série de perguntas inquietantes: como um adolescente chega a esse ponto de radicalização? Que sinais foram ignorados? Onde a sociedade falhou? As autoridades envolvidas no caso admitem que ainda há muito a ser compreendido. O jovem, segundo relatos preliminares, havia se envolvido em brigas na escola e mencionava sentir-se “uma bomba-relógio prestes a explodir”.

Ainda de acordo com a investigação, o adolescente vinha pesquisando meios para adquirir armas de fogo pela internet e estudando a logística de ataques semelhantes. O padrão é semelhante ao de casos registrados em outras regiões do país e no exterior, onde jovens isolados e emocionalmente fragilizados acabam influenciados por fóruns extremistas e discursos de ódio.

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