Uma fábrica terceirizada contratada pela Soldiers Nutrition, empresa de Yuri Silveira de Abreu e a esposa, Fabiula de Arruda Freire, autoproclamados "rei e rainha da creatina", foi interditada pela polícia em Jundiaí. Segundo as denúncias, o local não tinha licença de funcionamento.
Além disso, "as instalações e os equipamentos não tinham condições higiênicas e sanitárias satisfatórias", de acordo com a polícia.
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A Soldiers possui fábrica própria, que teve um investimento de R$ 15 milhões, mas contrata outras para atender a sua demanda de vendas.
Segundo reportagem do Fantástico, da Rede Globo, líderes da empresa falavam em um grupo de mensagens sobre um pote do produto que é produzida pela empresa. Segundo a conversa, o produto, que é originalmente em pó, estava empedrado. O gerente de produção, então, ironizou: "(o produto) é da China, né?".
O presidente da Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri), Marcelo Bella, afirma que esse é um indício de baixa qualidade do produto.
Em outra conversa no mesmo grupo, membros da empresa falaram em outras reclamações. Numa delas, um cliente alegou ter encontrado larva no pote de creatina; outro, fios do que parecia ser uma teia de aranha.
O Whey Protein, espécie de carro-chefe da empresa, também foi alvo de reclamações. Um cliente alegou ter encontrado plástico na embalagem do produto. Outro afirmou ter achado um pedaço de borracha que parecia uma luva ou uma bexiga.
A sede do grupo foi alvo de outro mandado de busca e apreensão em outubro. Na ocasião, foram encontrados "produtos impróprios para venda e consumo" e a falta de "dispositivos de proteção contra a entrada de pragas".
A Soldiers é investigada por supostas manobras financeiras, entre elas fraudes fiscais para sonegar impostos e lavagem de dinheiro. De acordo com Yuri Silveira de Abreu, o faturamento da empresa chegou a R$ 150 milhões em 2023. Para 2024, a projeção, segundo ele, é de R$ 250 milhões.
O que diz a Soldier
A Soldier afirmou, por sua vez, que a "investigação policial utilizou algumas reclamações infundadas". Segundo a empresa, os "produtos apreendidos nos estabelecimentos de terceiros não passaram por perícia", e que "não existe laudo que questione a qualidade dos seus suplementos". Os advogados afirmam que "empresários, funcionários e colaboradores foram injustamente prejudicados pela investigação". No caso das marteladas da creatina endurecida, a empresa aponta que os itens não foram comercializados.