David Beckhauser Santos Herold, de 34 anos, produtor musical do cantor de trap Boladin 211, foi brutalmente assassinado a tiros durante a gravação de um clipe. O crime ocorreu na noite desta quarta-feira (2), no distrito de Cachoeirinha, zona norte de São Paulo.
O produtor nasceu em Florianópolis, Santa Catarina, e se mudou para os Estados Unidos, onde chegou a servir o Exército. Tinha dupla cidadania.
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Conforme o boletim de ocorrência (BO), duas pessoas, ainda não identificadas, se aproximaram da vítima e efetuaram mais de 60 disparos. O socorro foi acionado e David, apesar de ter sido encaminhado à UPA Peri, não resistiu.
Boladin 211 usou as redes sociais para prestar uma homenagem ao seu produtor musical. “Descansa em paz dindão. Sem acreditar. Nunca será esquecido. Para sempre no meu coração. Cuida de mim aí de cima, dindão. Te amo para sempre. Gratidão por tudo que fez por mim. Nunca será esquecido. Guerreiro não morre, vira lenda”, postou. O cantor de trap tem 20 anos, 1 milhão de seguidores no Instagram e acumula cerca de 4,2 milhões de ouvintes mensais no Spotify.
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Condenação do produtor
David Beckhauser Santos Herold foi condenado, em 2016, por um homicídio motivado, segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), como tentativa para assumir o comando do tráfico em um morro de Florianópolis. Ele estava em regime aberto.
Segundo o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), David tinha condenações em Santa Catarina que, somadas, resultavam em 20 anos, cinco meses e 10 dias, por homicídio qualificado, homicídio tentado e furto.
Em consequência da condenação, ficou preso, em regime fechado, no Complexo Prisional de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis. Em 2020, progrediu para o semiaberto, cumprido na Colônia Agroindustrial de Palhoça, na mesma região.
No dia 11 de outubro de 2023, alcançou o regime aberto. Ele conseguiu alvará de soltura para cumprir o que faltava da pena em prisão domiciliar: oito anos e nove meses.
Disputa pelo comando do tráfico no morro
David foi condenado pelo homicídio de Thiago Polucena de Oliveira, apontado como um dos chefes do tráfico no Morro do 25. O crime ocorreu em 2014. Ele também recebeu sentença condenatória por tentativa de homicídio contra o irmão de Thiago, de acordo com informações do G1.
A denúncia do MP-SC apontava que, na manhã do dia 26 de março de 2014, David e um outro condenado se vestiram de preto para fingirem que eram policiais. Ainda conforme o MP, eles chegaram até a casa onde morava Thiago e atiraram várias vezes. Em seguida, invadiram a residência atrás dele e do irmão, “com a nítida intenção de executá-los”, segundo a denúncia.
Ao perceber que estavam sendo alvos dos invasores, os dois irmãos pularam a janela para fugir. Porém, foram perseguidos por David e seu comparsa. Thiago, de 23 anos, foi alvejado por inúmeros tiros e morreu.
O irmão de Thiago, na época com 21 anos, também foi ferido, mas conseguiu se esconder. Ele recebeu ajuda e sobreviveu. A denúncia aponta, também, que o homicídio teve “motivo torpe”, uma vez que o objetivo dos réus era o comando do tráfico de drogas do Morro do 25, que era da família dos irmãos.
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